Qual o volume total do seu treino?

Texto: Prof. Ms. Tiago Carvalho

Você sabia que este parâmetro é fundamental para o controle e monitoramento dos exercícios?

Segundo Deschenes e Kraemer (2002) o volume de treinamento (VT) pode ser obtido através da seguinte fórmula: séries X repetições X peso levantado (kg). Ou seja, sabe-se que manipulação destas variáveis ao longo de um programa de treinamento de força pode provocar diferentes respostas moleculares, neurais, hormonais e metabólicas, além disso, estão diretamente relacionadas com as adaptações do treinamento.

Como exemplo, o cortisol é considerado um hormônio catabólico (diminui a síntese e aumenta a degradação proteica) (CREWTHER et al., 2006, CREWTHER; CHRISTIAN, 2010). Sendo assim, estudos tem mostrado que a manipulação do VT pode elevar ou reduzir as concentrações de cortisol (FRY et al., 1994; FRY et al., 2000; HAKKINEN; PAKARINEN, 1991).

O VT também pode influenciar os ganhos de força e hipertrofia muscular. Estudo realizado por Krieger (2009/2010) mostrou que o treinamento realizado com múltiplas séries parece ser superior nos ganhos de força e hipertrofia muscular quando comparadas com séries simples.

Portanto, o controle desta e demais variáveis agudas do treinamento, tais como, seleção e ordem dos exercícios, tipo de ação muscular, velocidade de execução, frequência semanal e intervalo de recuperação entre as séries e exercícios, devem ser sempre realizados por um profissional de Educação Física experiente e credenciado no CREF (Conselho Regional de Educação Física), pois uma prescrição inadequada pode gerar risco de lesões, desencadear overtraining e promover sérios prejuízos as adaptações musculares.

Referências Bibliográficas

CREWTHER, B. et al. Possible stimuli for strength and power adaptation: acute hormonal responses. Sports Medicine, v. 36, n. 3, p. 215-238, 2006.

CREWTHER, B. T.; CHRISTIAN, C. Relationships between salivary testosterone and cortisol concentrations and training performance in Olympic weightlifters. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 50, n. 3, p. 371-375, 2010.

DESCHENES, M. R.; KRAEMER, W. J. Performance and physiologic adaptations to resistance training. American Journal of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 81, n. 11, p. 3-16, 2002.

FRY, A. C. Relationships between serum testosterone, cortisol, and weightlifting performance. The Journal of Strength and Conditioning Research, v. 14, n. 3, p. 338-343, 2000.

HAKKINEN, K.; PAKARINEN, A. Serum hormones in male strength athletes during intensive short-term strength training. European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology, v. 63, n. 3-4, p. 194-199, 1991.

KRIEGER, J. W. Single versus multiple sets of resistance exercise: A meta-regression. The Journal of Strength and Conditioning Research, v. 23, n. 6, p. 1890-1901, 2009.

KRIEGER, J. W. Single vs. multiple sets of resistance exercise for muscle hypertrophy: A meta-analysis. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 24, n. 4, p. 1150-1159, 2010.